PGE/PB já economizou mais de R$ 1 mi com uso de Software Livre

A Procuradoria Geral do Estado da Paraíba (PGE/PB), por meio da Sub Gerência de Tecnologia da Informação (SGTI), há quase cinco anos instituiu a utilização de programas de computador livres de licenciamento – também conhecidos como software livre -, que além de proporcionar economia mensal de mais de R$ 15 mil (esse valor é relativo apenas a solução de gestão de processos), a migração dos sistemas operacionais e aplicativos utilizados no ambiente de trabalho tem proporcionado um ganho à segurança sem a necessidade de contratação de caras ferramentas de antivírus.

Segundo o gerente da SGTI, Guido Giuseppe, cedido pela CODATA à PGE/PB, a implantação dos programas de software livre iniciou há quase cinco anos, inspirado na política do governo federal, tendo em vista o corte de gastos com a aquisição de computadores, economizando os valores relativos ao licenciamento de produtos como sistemas operacionais, suítes de escritório, antivírus, entre outros.

“O objetivo era o de melhorar a segurança da rede interna da PGE/PB, uma vez que computadores acionados por Linux são reconhecidamente mais resistentes a infestações por vírus e/ou vermes”, revelou.

Visando a migração da plataforma, suportada pela equipe técnica da PGE, entre eles o analista de sistemas Helder Vieira, foi feito um estudo cuja a conclusão foi que os usuários da PGE utilizam o computador basicamente para editar textos e navegar na Internet.

Migração do sistema - Segundo Guido, com base nesse levantamento, o primeiro passo para a migração foi substituir as suítes de escritório e os navegadores web nos computadores dos usuários. Onde havia, por exemplo, uma instalação do MS-Office® foi colocado o BrOffice.org, e onde havia Internet Explorer foi posto o Mozilla Firefox em seu lugar. Com isso, o usuário foi se acostumando com tais ferramentas.

O passo seguinte, como relatou o gerente da SGTI, foi na aquisição de equipamentos novos configurá-los apenas com o sistema operacional livre. “Optamos pelo Ubuntu Linux que já vem com o BrOffice.org e Mozilla Firefox por padrão”, afirmou, ressaltando que em cem por cento dos casos o usuário preferiu um computador novo com o sistema livre a permanecer com o equipamento antigo.

Em paralelo a esse segundo passo, conforme informou Guido, foi feito todo um trabalho de conscientização dos usuários, principalmente sobre a legalidade se softwares, principalmente por se tratar de um órgão que lida com Justiça, como é a PGE, que levou a reinstalação de alguns computadores para por o novo sistema.

“Neste aspecto, alguns usuários perceberam que computadores 'antigos' acionados pelo sistema livre funcionava mais rápido do que os que eram acionados pelo sistema não-livre, com a mesma configuração de hardware, o que fez com que mais algumas estações fossem convertidas. Na verdade o novo sistema deu uma sobrevida aos computadores antigos”, revelou o gerente, afirmando que a PGE ainda dispõe em sua rede computadores com quase nove anos de utilização, funcionando graças ao novo sistema.

De acordo com Guido Giuseppe, a implementação da segunda fase é a mais delicada do processo de migração, pois quando o usuário não consegue realizar alguma tarefa seu primeiro impulso é culpar o novo sistema. “Para minimizar o impacto para o usuário é necessário que o setor de informática disponha de uma equipe que domine o novo sistema e que esteja sempre de prontidão para tirar qualquer dúvida do usuário de imediato”, comentou.

Interface do novo sistema - O gerente ressaltou ainda, que em todas as instalações foram aplicadas um tema que deixa a interface do novo sistema o mais próximo possível do que os usuários já estavam acostumados a utilizar, no caso o Windows. “Na Internet existem vários pacotes que se propõem a isso. Não encontramos nenhum que fosse perfeito mas todos eles, uma vez aplicados, minimizam o impacto
inicial do usuário com o novo sistema. Como o usuário trabalha diretamente com os aplicativos – e não com o sistema operacional – e ele já vinha utilizando o BrOffice.org e o Firefox desde a fase anterior, não resta muitas dúvidas para tirar sobre o novo sistema”, destacou.

Resolvida a migração das estações dos usuários médios adentra-se numa área um pouco complicada –  que pode ser chamada de fase três – que é a dos usuários avançados, ou seja, aqueles que utilizam ferramentas/sistemas/aplicativos específicos para desempenhar suas funções, tais como planilhas sofisticadas, programas especialistas, sistemas legados, etc.. Nesta etapa, como destacou Guido, é necessário estudar diversos tipos de soluções além da substituição do aplicativo por um similar que nem sempre é possível. Entre elas fazer com que o programa em questão funcione no novo sistema através de emulação ou virtualização, modificar ou mesmo reescrever o programa para que o mesmo funcione na nova plataforma.

“A exemplo disso podemos citar o Sistema Gestor de Processos que foi totalmente reescrito para a plataforma web por funcionários da PGE/PB para substituir o legado que funcionava apenas sobre sistema operacional não-livre e que foi fornecido e era mantido por uma empresa de Santa Catarina”, comentou.

Apesar de não existir relatórios consolidados sobre a economia gerada para a PGE nos últimos quatro anos e meio da utilização do novo sistema, a estimativa é que há uma economia de ao menos R$ 15 mil por mês, referente a taxa de manutenção cobrada pela empresa fornecedora do sistema gestor de processos, com base do que era cobrado em 2007.

Além disso, conforme afirmou o gerente da SGTI, para cada estação de trabalho adquirida neste período economizou-se cerca de R$ 500, referentes ao licenciamento do sistema operacional, da suíte de escritório e do antivírus. Atualmente 95% dos computadores desta Procuradoria são equipados com softwares livres. Os cinco porcento restantes, referem-se a programas que ainda não se tem um similar livre (fase três). As fases dois e três são contínuas sem prazo para terminar pois de tempos em tempos as equipes de trabalho são renovadas e/ou são adquiridos novos computadores.

“O resultado mais importante alcançado com esse processo de migração não foi o objetivo inicial – a economia, a segurança – foi a valorização, capacitação e aprendizado do pessoal da PGE e o fortalecimento e conscientização da cultura do software livre como ferramenta de trabalho na Procuradoria Geral do Estado”, declarou.

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